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Review | Pokémon Sword and Shield

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Pokémon Sword and Shield
Pokémon Sword and Shield Imagem: Reprodução.
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O Nintendo Switch foi oficialmente lançado em 3 de março de 2017. No entanto, um game da franquia Pokémon para o atual console da Nintendo já é esperado pelos fãs desde o seu anúncio oficial em 20 de outubro de 2016. Esqueça! Desde que começamos a ouvir sobre o NX, nome de projeto do videogame, que começou a pintar nas notícias muito antes disso. Portanto, é justo dizer que a espera por Pokémon Sword and Shield é maior do que parece. Ainda mais quando analisamos mais do que a espera em si.

Antes da franquia vir para o Switch, os fãs ainda passaram pelo lançamento do criticado Pokémon Ultra Sun and Ultra Moon, que encerrou a linha principal de jogos Pokémon para o Nintendo 3DS, trazendo um game que pouco diferenciava dos últimos lançamentos, Pokémon Sun and Moon, e não de uma forma interessante, como foi feito com Pokémon Black2 and White2, continuações de Pokémon Black and White.

A chegada de Pokémon no Switch veio com o game mobile Pokémon Quest, que não chamou atenção daqueles que queria ver o jogo da linha principal. Foi somente a chegada de Pokémon Let’s Go Pikachu and Let’s Go Eevee que trouxe um gostinho dos principais jogos da franquia para o console. Mas, mesmo que aqueles que foram atrás do jogo procurando um novo remake de Pokémon Yellow, tenham, de fato, encontrado um remake, ele simplificava muito o game e não parecia em nada com o que foi feito em Pokémon Fire Red e Leaf Green, os remakes de Pokémon Red and Blue.

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Portanto, Sword and Shield tinha muito mais para assumir do que apenas ser o “novo game da franquia Pokémon”. Assim, o game veio para trazer uma espécie de reboot. E um dos bons.

Pokémon Sword and Shield

História

Sword and Shield consegue trazer novidades para um enredo que já foi explorado diversas vezes pela franquia. Somos jogados em uma cidade pequena, próxima ao laboratório de alguma especialista em pesquisas Pokémon. Nos despedimos de uma mãe para sair mundo afora, juntando insígnias que nos levarão para um campeonato onde iremos nos consagrar o maior de todos os treinadores, ao mesmo tempo em que aprendemos os segredos de uma nova região, encontramos seus monstros lendários e derrubamos algum grupo por trás de uma grande conspiração.

Sim, isso tudo acontece em Sword and Shield, como acontece na maioria dos jogos de linha principal da franquia. Contudo, a maneira como ela é feita em Sword and Shield chama a atenção. No game, tudo está interligado: a conspiração, os lendários, a busca por seu lugar como o Campeão.

Conspirações, lendários e campeonatos

Em Pokémon Red and Blue e Pokémon Yellow, todas as tramas eram separadas. Enquanto não era possível se tornar o campeão sem desmantelar a Team Rocket, os lendários mal tinham uma história própria, tendo somente algumas pistas espalhadas pelos jogos e um jogador desavisado poderia terminar o jogo (embora não a Pokédex) sem nunca nem saber da existência deles..

Em Pokémon Gold and Silver e Pokémon Crystal, os lendários ganharam mais destaque, tendo uma trama própria, fazendo com que não fosse possível chegar ao posto de campeão sem passar por, pelo menos, um deles. Ainda assim, as tramas continuavam separadas, mesmo que não fosse possível se tornar o campeão sem, novamente, desmantelar a Team Rocket.

Foi com Pokémon Ruby and Sapphire e Pokémon Emerald que vimos, pela primeira vez, essas tramas começarem a se convergir, com as Team Aqua e Team Magma diretamente ligadas aos lendários de capa dos games. Ainda assim, se tornar o campeão corria por fora.

Mas agora, 5 gerações depois da terceira, Pokémon resolveu unificar tudo isso em uma única main quest… De certa forma! Não daremos SPOILERS por aqui. Vamos apenas dizer que o game interliga toda a sua história, mesmo que os lendários de capa só possam ser capturados em uma espécie de sidequest.

Essa é uma boa escolha que, em um primeiro olhar, pode parecer diminuir o jogo. Contudo, só constrói e engrandece Galar como uma região viva, muito mais do que qualquer região anterior, sem precisar “apelar” para toda a especificidade de Alola.

O entrelace dessas tramas deu um ritmo muito mais orgânico para o game, que diferente dos citados anteriormente, não parecem “quebrar” uma trama para te levar a outra. Assim, os jogadores não chegarão ao pós-game, mais importante do que nunca na franquia, cansados do jogo.

Gráficos

Certamente, é o jogo com os melhores gráficos de toda a franquia. Afinal, pela primeira vez um jogo principal está em um reprodutor com potência de console. Assim como em The Legend of Zelda: Breath of the Wild, a Nintendo consegue mostrar mais uma vez que investir no realismo não é o único caminho para os games seguirem.

No entanto, o game faz algumas escolhas que não parecem acertadas. As batalhas, por exemplo, poderiam ter evoluído um pouco mais em suas animações. Elas não parecem acompanhar a evolução estética do game. E muito menos justificar a exclusão de mais da metade da criaturas existentes nos jogos, como a Game Freak sugeriu anteriormente.

Som

As músicas do game, em sua maioria, continuam a tradição da franquia de serem marcantes. Em alguns momentos, algumas notas nostálgicas, inclusive, devem animar antigos fãs. Não há muito o que se dizer das músicas que não sejam elogios. Ainda assim, há problemas no departamento de som.

Não há nenhum trabalho de voz envolvido no jogo, com exceção dos clássicos gritos dos bichinhos. Embora seja algo com o qual os fãs de Pokémon já estão acostumados, logo na primeira cena do game a ausência dessas vozes são notáveis. Citando o exemplo de de Breath of the Wild novamente, somente a inserção de sons indecifráveis no mundo aberto já seria o suficiente caso houve um artista de voz por trás das personagens principais durantes as cutscenes da mainquest.

Jogabilidade

Não há muita diferença na mecânica de batalha e, quando falamos isso sobre Pokémon, é exatamente o que os fãs querem ouvir. Afinal, foi assim que a franquia conquistou o mundo do entretenimento e a cultura pop. Depois de tentativas de inovações, com a Mega Evolução e os Z-Moves, é o Dynamax (e Gigantamax) que entram em jogo e, diferente das outras mecânicas citadas, com um objetivo.

Enquanto a a Mega Evolução e os Z-Moves só serviram como uma diferente dentro da batalha, o Dynamax traz uma mudança no aspecto geral do jogo. As inclusões das raids trazem uma sensação de conjunto para a comunidade muito maior do que apenas trocar ou batalhar entre si, além de trazer um verdadeiro pós-game para o jogo, graças, também, à adição da Wild Area.

Um lado ruim do Dynamax é que ele é bastante previsível quando usado nas batalhas contra NPC. É praxe que o último Pokémon é o escolhido. O que deixa tudo mais fácil.

Wild Area

A Wild Area é um capítulo à parte do jogo. A grande novidade é essa área, em todos os aspectos. Pela primeira vez, você vê um mundo aberto, com outros jogadores correndo por você em Pokémon. Embora a interação ainda seja mínima, já é um grande passo.

Nesse mesmo local, pela primeira vez também, você tem controle da câmera, podendo olhar para os lados, cima e baixo, e correr para frente vendo o que está deixando pra trás. Isso certamente traz uma sensação de liberdade. Porém, há alguns momentos nos quais essa funcionalidade deixa a desejar, impedindo que você veja por completo algum Pokémon voador acima de você, por exemplo.

Além das raids, que dão todo o tom do pós-jogo, a Wild Area ainda eleva a sensação do “temos que pegar!” que a franquia usou como slogan. Com Pokémon em níveis altos e sua variedade de acordo com espaço e clima, ela se torna uma área gigantesca para ficar explorando infinitamente.

Pokémon Sword and Shield traz a franquia para o futuro e deve ser encarado como um leve reboot da franquia. A tão comentada ausência da Pokedéx não estraga o jogo. Mas certamente deixa um gostinho de que o jogo poderia ser melhor.

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